Partidas podem terminar mais cedo

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Novo projeto de lei gera polêmica, mas falicitaria a vida dos moradores da São Remo

por Carolina Linhares

Quarta-feira à noite tem futebol. Os são remanos assistem aos jogos pela televisão preocupados com o horário. Para acabar com esse problema, vereadores de São Paulo elaboraram um projeto de lei que obriga os jogos a começar e terminar mais cedo.
Na São Remo, a ideia é benvinda. A lei facilitaria a vida daqueles que se reúnem para assistir aos jogos das 21h50 às quartas-feiras e acabam dormindo após a meia-noite.
Os irmãos Rodrigo e Robson Ribeiro, de 10 e 8 anos, assistem aos jogos, mas ficam com sono durante as aulas. Para Elielson Tenório, o jogo deveria durar até no máximo 22h, para que a população pudesse comparecer aos estádios.
O projeto foi aprovado pela Câmara dos Vereadores, com 43 votos a favor, dois contra e três abstenções, mas foi vetado pelo prefeito Kassab. A Câmara pode derrubar o veto com a maioria absoluta de votos. Antônio Carlos Rodrigues, presidente da Câmara, diz que fará o possível para isso.

O projeto de lei

Os autores do projeto, Antônio Goulart (PMDB) e Agnaldo Timóteo (PL), propõem que partidas realizadas em locais com capacidade superior a 15 mil pessoas, na capital paulista, devem terminar até, no máximo, 23h15.
A lei permitirá que o horário se estenda em caso de imprevistos, prorrogação ou disputa de pênaltis. Também prevê fiscalização e multa de R$ 100 mil reais.
Kassab alegou que essa questão do horário não é responsabilidade do Município e sim de outras esferas de poder. Além disso, a lei privaria a cidade de sediar campeonatos internacionais e traria prejuízos econômicos à cidade.

Dividindo opiniões

Para que o jogo termine às 23h15, deve começar por volta de 21h. Creudo Ribeiro, morador da São Remo, concorda com o horário porque “às 9h da noite todo mundo já chegou do trabalho”.
A decisão prejudicaria a rede Globo, que detém os direitos de transmissão dos jogos. O diretor da Globo Esportes e o presidente da Federação Paulista de Futebol são contra a lei. Os quatro grandes clubes não se manifestaram. O comentarista Juca Kfouri afirma que o projeto de lei não é a solução, pois abre diversas exceções.

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