Informação sobre o ENEM ainda é restrita

Apesar de ser a porta principal de entrada para universidades, exame é pouco popular na SR

Ilustração: Mariane Roccelo

O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar a
educação no Brasil. Hoje, ele tem uma importância muito maior. Após mudanças feitas em 2009,
passou a ser usado como requisito para universidades federais e algumas estaduais, através do
SISU, e particulares, por meio do ProUni.
Por isso, o exame se tornou essencial na vida daqueles que desejam cursar uma faculdade.
Neste ano, mais de 39 federais o utilizarão como vestibular, além de diversas particulares como a
Pontifícia Universidade Católica (PUC), o Centro Universitário Belas Artes, a Universidade São Judas
e a Anhembi Morumbi. No ProUni, as bolsas variam de acordo com a renda e o desempenho do
estudante no ENEM.
Para maiores de 18 anos, o ENEM pode servir também para a certificação de conclusão do ensino
médio.

Contrastes entre estudantes
Na São Remo, há divergências em relação ao ENEM. Vitória tem 14 anos e já pensa em realizar a
prova no futuro. Além disso, afirma que os alunos de sua escola, em grande parte, o fazem.
Elaine, de 15 anos, quer fazer o ENEM nos próximos anos para conquistar uma vaga em um curso
de arquitetura. A estudante diz que os alunos de seu colégio não costumam se inscrever para a
prova e, por causa disso, os professores começaram a incentivar: “agora nós fazemos questões do
ENEM durante as aulas”.
Richard está no segundo ano do ensino médio e já se prepara para realizar a prova no final deste
ano. Ele, que ainda não se decidiu sobre o que cursar, quer garantir boas notas este ano. Richard
conta também que o estímulo para a realização da prova veio de um professor, que motiva os alunos
em sala.
No entanto, nem sempre a informação e o incentivo estão presentes na vida dos jovens da
comunidade. Alessandra, que já fez a prova ano passado, quando se formou no ensino médio, não
quer fazê-la de novo.
Um grupo de alunas da sétima série, ao serem questionadas sobre o assunto, admitiram nunca
terem ouvido falar do ENEM nas aulas. S., de 15 anos, admite que não pretende realizar a prova,
assim como a maior parte de seus colegas. “Se [a escola] incentiva, não vejo”.

Escolas dizem estimular
Filomena Aparecida Pereira, da Escola Emygdio de Barros, diz que o colégio apoia os alunos a
realizarem o ENEM e que a instituição realiza exames preparatórios. Além disso, se preocupam em
divulgar as provas e auxiliar os alunos a fazerem as inscrições. Questionada sobre o interesse dos
estudantes, ela diz: “Sim, eles têm muito interesse”.
Ione Azevedo e Angélica Campos, da Escola Daniel Paulo Verano Pontes, dizem que há incentivo
ao ENEM. Exercícios são feitos o ano todo e a escola faz questão de ajudar com as inscrições.
Nota-se que o papel do professor é importante, levando em conta que é ele quem reforça a
importância do exame. No entanto, como a escola trabalha com EJA (Educação para Jovens e
Adultos), percebe-se que existem dificuldades: “Os alunos querem completar o ensino médio e
se inserir no mercado de trabalho. A realidade da maioria não é cursar faculdade”. Em geral, os
alunos preferem os cursos técnicos, visto que eles apresentam um retorno mais rápido. Entretanto,

Ione e Angélica recomendam o ENEM: “É importante que a comunidade fique atenta e aproveite as
oportunidades”’.

 

Oportunidade de acesso à universidade

O ISMART oferece bolsas em colégios pagos de São Paulo e está com inscrições abertas até 6/8 no site
www.ismart.org.br
Para concorrer é preciso ser aluno de escola pública, matriculado no 7º ou 9º ano do ensino fundamental, e
ter boas notas. Existem dois projetos: um que prepara alunos do 7º ano para conseguir vagas no ensino médio
em colégios privados e outro, que dá para os alunos do 9º ano, bolsa em escolas particulares.
Em ambos, o ISMART fornece uniforme, material escolar, alimentação e transporte, além do pagamento
da mensalidade. Ao final do ensino médio, os bolsistas, se aprovados nas melhores universidades, podem
ganhar ajuda de um salário mínimo.

Por: Lorena Villaça e Thuany Coelho

Tags:

Comentários encerrados. Comente reportagens recentes.