Sarau discutiu cultura e reurbanização

Imagem: Filipe Delia

A associação de moradores e alunos da USP, a maioria destes pertencentes à Rádio Várzea e coletivo Rizoma, promoveram o Sarau do trator, que aconteceu na quadra da São Remo, na rua Aquianés, no dia 3 de junho, domingo à tarde. Com o intuito de levar cultura e levantar o debate da reurbanização na comunidade, o evento recebeu crianças, jovens e adultos.

Quem compareceu pôde participar de oficinas de grafite, de rádio e de rap, além de integrar-se nas discussões sobre a reurbanização. “Os jovens são remanos não conseguem se integrar nem na comunidade, nem na USP. A motivação do sarau é melhorar isso”, disse João Machado, estudante de História na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (USP). “As crianças dão uma nova cara à comunidade. É bom poder promover isso.”

Jefferson JF, cantor de rap da comunidade, apresentou-se e promoveu uma oficina de grafite para os jovens e crianças. “Olha, galera, vamos estudar e apreciar a arte”, incentivou o “rapper” após cantar sua música “Torre de Setembro”, baseada nos acontecimentos do 11 de setembro. O cantor e artista de grafite afirma que suas músicas e sua arte urbana têm o intuito de tirar a juventude das ruas e mostrar à sociedade que a comunidade tem o seu espaço. “É uma batalha para mostrar que existe gente boa na favela também”, completou.

Além disso, os moradores tiveram a oficina de rádio livre promovida pelos alunos da USP da Rádio Várzea. Às 16 horas, os shows agitaram o sarau, o qual contou com a presença dos grupos Ideologia Fatal, Simbólicos (SR), Anarkofunk, Perifatividade, Ducorre e Mdezenove Rap. “Aqui é ‘microfone-aberto’, qualquer um pode vir e manifestar a sua arte, o seu pensamento”, disse Olívia Maciel, integrante do coletivo Rizoma.

Para os membros da Associação de Moradores, o Sarau tinha o objetivo de promover o “bate-papo” político na comunidade, além de fazer interação entre a USP e a São Remo. Para Givanildo Oliveira dos Santos, vice-presidente da Associação, “boa parte da comunidade faz parte dessa universidade” e o sarau aconteceu para botar isso em pauta.

Por: Malu Damázio e Beatriz Moura

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