Saúde pública e não moral

A discussão sobre a legalização do uso de drogas está em ascensão no Brasil, e a decisão do grupo de juristas que está analisando e propondo um novo Código Penal, a favor da legalização para os usuários, é animadora.

A proibição das drogas se deve muito mais a preconceitos sociais, interesses morais, políticos e econômicos do que a preocupação com a saúde, uma das bandeiras levantadas aos que condenam a legalização.

Um exemplo é o histórico que levou aos EUA proibirem as drogas, principalmente a maconha. Dentre outros fatores, lendas preconceituosas que diziam que os mexicanos ficavam mais fortes ao consumir a maconha foram determinantes para a suspensão do uso.

A preocupação com as consequências do uso de drogas deve estar, portanto, ligada aos cuidados médicos.  Ela não deve ser de nenhuma forma policial, a exemplo da ação na região da Cracolândia, na região da Luz, em São Paulo, onde muitos usuários de drogas, principalmente o crack, ficavam.  Além disso, há a contradição de o cigarro e as bebidas alcoólicas serem legalizadas, apesar de serem prejudiciais à saúde e de também já terem destruído diversas famílias. Mas não há interesse em mexer com a indústria das bebidas e com o tabaco.

Com essa edição, a turma do primeiro semestre de 2012 do curso de Jornalismo matutino da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP se despede de você leitor. O NJSR voltará em setembro. Queremos agradecer aos que acompanharam o jornal, e ao aprendizado que pudemos ter com a comunidade.

*Um dos motivos foi porque o haxixe, ou o extrato da maconha era utilizado para a produção de papel, e os produtores de celulose(outro material que é usado para a produção de papel) começaram uma forte pressão política para tal decisão.

 

Por: Gabriely Araújo

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