Desafio de conciliar trabalho e família

São remana afirma ter poder de decisão, mas ainda enfrenta problemas como falta de creches

Cuidar dos filhos e da casa, trabalhar, estudar: essa é muitas vezes a rotina exaustiva da mulher moderna, que não se assusta com o desafio de ser “multifuncional”. Cada vez mais as mulheres se tornam independentes e ganham importância na família, tanto na questão financeira quanto na hora de tomar as decisões da casa.

Dados do IBGE confirmam que a participação da mulher no mercado de trabalho vem crescendo: em 2003, elas representavam 40,5% da população que trabalha, número que, em 2011, subiu para 45,3%. Pela combinação da necessidade econômica e do desejo de independência em relação ao parceiro, grande parte da população feminina está ocupada e tem um papel fundamental no equilíbrio das contas da casa. “Tem que ser de acordo, eu não compro nada sem falar com ele e vice-versa”, afirma uma são remana.

O padrão de família do século XX, no qual a mulher se dedicava apenas ao lar e aos filhos enquanto o homem trabalhava fora se alterou muito nas últimas décadas.

Hoje não há necessariamente um membro da família que se dedica apenas às atividades domésticas e também aumentou o número de lares que não têm a figura paterna no seu cotidiano, nem contam com seu apoio financeiro.

Lavar, cozinhar e trabalhar fora 

Embora esse quadro tenha mudado, ainda se exige da mulher o serviço doméstico. Essa condição é histórica e está fortemente atrelada ao machismo cultural.

A distribuição na geração de  renda não veio, na maioria dos casos, ligada à divisão das tarefas  domésticas entre eles e elas. A necessidade de dar atenção para os filhos e encontrar vagas em creches estão entre os fatores que geram a discriminação das mulheres no mercado de trabalho.

Elas não são consideradas profissionais tão disponíveis quanto os homens justamente por viverem essa jornada dupla. Essa situação é considerada na hora da contratação, restando então, cargos mais precários e salários mais baixos às mulheres, mesmo quando desempenham funções semelhantes naos dos homens. Quando há filhos, a procura por quem cuide deles, agrava a situação.

Avó, vizinha ou irmão é cuidador

Na São Remo há sérios problemas na hora de encontrar vagas em creches. Muitas vezes as mães chegam a desembolsar cerca de 200 reais por mês para contratar uma pessoa que cuide das crianças no horário do trabalho.

Apesar das dificuldades, a luta feminina não para. Com persistência, dedicação e competência, conquistam um espaço cada vez maior, aperfeiçoando-se no desafio da multifuncionalidade.

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Por Caroline Menezes

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