Esporte do povo sofre com elitização

Horário dos jogos e elevado preço dos ingressos desestimulam a ida aos estádios

São remanos acabam assistindo aos jogos nos bares da comunidade

Os clubes brasileiros andam se aproveitando da paixão de seus torcedores para encher cada vez mais seus já grandes cofres. Se um cidadão pretende levar a família a um estádio, até em simples partidas, terá de desembolsar uma quantia considerável: ingressos, transporte e/ou estacionamento e alimentação.

Esses são alguns dos gastos inevitáveis que uma pessoa terá em um jogo de futebol. Apesar disso, as diretorias continuam cobrando altos preços em suas bilheterias.

Maior exemplo disso, no Brasil, é o Corinthians, que chega a cobrar 500 reais pela entrada no estádio do Pacaembu em jogos da Taça Libertadores. Além disso, não há controle efetivo sobre a ação de cambistas, que chegam a dobrar os preços.

Incoerência

Em conversa ao NJSR, José Mariano Santana, técnico de futebol infantil na São Remo, comentou sobre as adversidades de uma partida de futebol na atualidade: “Não tem sentido cobrar tão caro, até porque os horários dos melhores jogos são horríveis, o transporte público é ruim, a infraestrutura dos estádios é uma vergonha e ainda há o medo de entrar no meio de uma briga de torcidas organizadas”.

Essa declaração contém o porquê de os estádios estarem cada vez mais vazios, explicando o fato de o cidadão comum não se sentir a vontade para levar sua família a um evento desses. Assistir a um jogo na comunidade, por exemplo, acaba sendo muito melhor, porque é mais seguro e ainda sai de graça.

Copa de 2014

Exemplos da elitização nos estádios de futebol são as previsões de preços para ingressos da Copa do Mundo que ocorrerá no Brasil daqui a dois anos. Ao analisar declarações da FIFA, fica evidente que as entradas para jogos do Brasil serão mais acessíveis a turistas europeus. Outro fator negativo é o fato de o governo não conseguir um acordo para autorizar a meia-entrada.

Por Lucas Faraldo Knopf

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