Vamos falar sobre sexo?

Jovens comentam dificuldade em tratar desse assunto

A sexualidade começa a se manifestar na adolescência, mas apesar das iniciativas das escolas e dos pais, conversar com a família sobre essa mudança ainda é difícil para a maioria dos adolescentes.

Meninos falam mais

Em geral, o corpo das meninas se desenvolve mais cedo que o dos meninos, mas são eles que falam sobre a sexualidadede de forma mais natural e desinibida. W.S., de 13 anos, comenta que seus pais já falaram com ele sobre a camisinha e a sua importância, apesar de admitir que não se sente à vontade para conversar com eles sobre questões relacionadas à sexualidade. “Os meninos que eu conheço são assim também. Com uns onze anos a gente começa a falar uns com os outros, mas com os pais não”.

 Contraste entre sexos

Com as moças, a história parece ser outra. As moradoras K. e M.E., ambas de 11 anos, falaram sobre suas impressões acerca do assunto: “Nossos pais não falam muito com a gente sobre isso. Dizem que a gente é muito nova ainda. De vez em quando a professora de ciências fala alguma coisa, mas é pouco”, dizem elas. K. continua: “Acho que deveria ter uma aula para a professora explicar só para as meninas”.

 Doenças sexualmente transmissíveis

Ao ser questionada sobre o tema, uma jovem moradora que preferiu não se identificar afirmou que nunca teve iniciativa para conversar com a mãe sobre as questões sexuais. A garota, de 12 anos, disse que a escola oferecia aulas de educação sexual em 2011, mas que elas só aconteciam quando havia algum horário vago.

Os estudantes chegaram a produzir um trabalho sobre DSTs, e, segundo ela, não demonstraram timidez ao fazer perguntas à professora. A aluna conta ainda que a conversa sobre o assunto era restrita ao ambiente escolar; fora da sala, não se falava nisso.

 A gravidez na adolescência

A mesma garota de 12 anos afirma: “Mesmo com as orientações, ainda tive uma colega que engravidou aos 14 anos” Sobre o assunto, M.E. diz: “A maioria das pessoas vai numa festa, se embebeda, chama pra ir ali, ali, ali e não sabe nem com quem foi”. Acrescenta: “Tem muitos casos de aborto. A minha prima tem 15 anos e ficou grávida três vezes, mas as três vezes ela perdeu”.

Por Filipe Delia e Leonardo Dáglio

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