Moradores enfrentam problemas com a Eletropaulo

Por volta de junho de 2010 a AES Eletropaulo instalou novos relógios medidores de consumo de energia elétrica nas residências do Jardim São Remo. Enquanto para uns foi simplesmente a regularização de um serviço básico, para outros foi o início de uma série de complicações. Quase dois anos depois da mudança há problemas relacionados a cobranças excessivas, endividamento e não recebimento da conta pelo correio.

Os casos de valores altos na conta de luz são os mais frequentes. Maria Célia Nascimento Souza e Paulino de Sousa Silva mudaram-se para um apartamento alugado há um ano. Até alguns meses atrás a quantia paga era normal: entre R$60 e R$70. Porém, em fevereiro e março deste ano a AES Eletropaulo cobrou cerca de R$200 e R$300, respectivamente. De acordo com o casal, não houve nenhuma mudança de hábitos que resultasse nesse aumento significativo.

Além disso, os R$300 resultariam de um gasto de aproximadamente 1000kWh, pois a Eletropaulo cobra R$0,296 por quilowatt-hora. A discrepância está no fato de que a média de consumo por residência no estado de São Paulo é 257kWh ao mês, de acordo com pesquisa realizada pelo próprio governo estadual em março de 2009.

Outro problema é o do não recebimento da conta. Há 16 meses, Mônica Marcolina da Silva não tem a cobrança entregue em sua casa e, por esse motivo, não consegue manter o pagamento em dia. A Eletropaulo oferece a opção de impressão de 2ª via na Internet, mas, como muitos são remanos, ela não é familiarizada com a informática.

Por causa da dívida de mais de R$600 com a companhia, da Silva está com seu nome “sujo” no Serasa e no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Ela levou seu caso ao Juizado Especial Cível, encarregado das pequenas causas, que afirmou que só poderia iniciar o processo de pedido de indenização após a quitação da dívida. Como não tem esse dinheiro, ela pretende ir diretamente ao Fórum Regional de Pinheiros.

Os são remanos que enfrentam essas dificuldades tendem a levar suas reclamações à Associação de Moradores, porém não há ações imediatas que ela possa tomar. Ao receber queixas dos moradores, a Eletropaulo afirmou mais de uma vez que os valores cobrados no bairro estão corretos, e que, de fato, o consumo dessas pessoas é alto. Quando contatada diretamente pelo NJSR a empresa não ofereceu esclarecimentos.

Por Letícia Sakata

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