Acesso ao transporte público é dificultado

Linha de circulares da Universidade passa a ser gratuita apenas para estudantes e funcionários

“Era um modo de economizar dinheiro. A partir de agora gastarei cerca de 150 reais a mais por mês” é o que disse Joelma Alves da Silva, moradora do Jardim São Remo e funcionária terceirizada na Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP (EAFEUSP), ao ponderar sobre como a substituição do circular gratuito pelos ônibus conveniados com a SPTrans na Universidade poderá afetar seus gastos.

Joelma é exceção entre os terceirizados. Ela recebe vale-transporte da Work Serviços, empresa que a contratou. Esse benefício não é oferecido por outras firmas que atuam dentro do campus, causando dificuldades ainda maiores. José Lúcio dos Santos, auxiliar de limpeza na Escola Politécnica (Poli) e terceirizado pela O.O. Lima, é um desses trabalhadores e diz que seu salário não é suficiente para o aumento de R$6 diários em despesas com transporte.

São remanos afirmam que conseguiram seus empregos por morarem ao lado da Universidade e terem acesso ao circular gratuito, e que por esses mesmos motivos não recebem vale-transporte. Até agora nenhuma das empresas manifestou possibilidade de mudanças quanto a esse direito. Ao ser contatada pelo NJSR, a O.O. Lima não forneceu esclarecimentos.

Durante o mês de março houve tentativa de negociação com a Reitoria, além da elaboração de um abaixo-assinado contra o encerramento do circular grátis por parte da Associação dos Moradores do Jardim São Remo. Não houve resultados. A partir do mês de abril passam a funcionar os dois circulares associados à SPTrans, aos quais apenas alunos, professores e funcionários diretos da Universidade têm acesso livre mediante apresentação do Bilhete USP. Haverá também a implantação do chamado “Circular Cultural”, que passará somente pelos museus da Universidade de São Paulo.

Por Letícia Sakata

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