São Remo abriga vizinhos latino-americanos

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Família de uruguaios em busca de melhores condições de vida, emprego e estudos vive na comunidade

Novembro de 2011

Por Fábio Mangia

 

A família Ramirez veio de Montevidéu para o Brasil há um ano e enfrentou todas as dificuldades relacionadas a uma mudança de país. A principal delas foi sair da área de conforto, estar aberto a coisas novas e manter uma atitude positiva. E embora esses obstáculos sejam encontrados quando se muda de bairro ou cidade, as complicações são ainda maiores quando se passa a viver em outra nação. Neste caso pode haver um choque cultural, o que leva muitos a não se adaptarem e retornarem a seu antigo lar.

Nascidos no Uruguai, os Ramirez vivem na comunidade São Remo há dois meses. A avó Gabriela Ramirez conta que tudo começou quando um parente seu visitou o Brasil em 2003 e se encantou. Aos poucos ele convenceu outros integrantes da família a se mudarem também, o que ela fez com sua filha Paola da Silva, 27, e a neta de cinco anos. Os Ramirez refletem uma tendência de inúmeros latinoamericanos que partem em busca de uma vida melhor no Brasil.

Quando perguntada a respeito do que motivou sua vinda, Paola diz que em Montevidéu “estava difícil e não tinha trabalho”. A uruguaia também criticou o sistema educacional de seu país, destacando que as universidades são em geral privadas e que os estudantes enfrentam uma grande concorrência. Atualmente ela trabalha como auxiliar de produção na loja C&A enquanto sua mãe fica em casa cuidando da neta. Nenhuma delas afirma ter tido problema para se adaptar em São Paulo – Dona Gabi se tornou corintiana e chega a dizer que não sente falta do Uruguai.

Embora contentes e abrasileiradas, as mulheres Ramirez preservam sua cultura natal dentro de casa. Os pratos típicos do Uruguai como chá mate e o asado (churrasco uruguaio feito na grelha) são garantidos em sua mesa.

Embora Dona Gabriela esteja satisfeita com a vida no Brasil, sua filha sonha obter um emprego melhor e um dia morar na Espanha, país que conheceu em 2007. A neta é ambiciosa e deseja ser doutora e modelo. Entretanto, no meio-tempo a família compartilha o desejo de se mudar para Osasco, onde podem ter uma casa mais espaçosa.

 

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