• Home
  • Equipe
América Latina e Ibéricos

América do Norte

Brasil

Europa

Home » Europa

Uma free mover observando tudo

publicado por redacao on 01/12/2011 – 21:12nenhum comentário

Intercambista na Goethe Universität, a estudante brasileira Karin conta como é o ensino de jornalismo na Alemanha.

por Mayara Teixeira

Karin Salomão, estudante de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes, é também intercambista na Goethe Universität, em Frankfurt, Alemanha. “Sou uma intercambista free mover, mas a maioria é Erasmus”, conta. Os free movers são estudantes autônomos, que não participam do intercâmbio organizado pela universidade, mas aproveitam as iniciativas de acolhimento e organizam sua estadia como convidados. Sem coordenação de docentes, eles não podem se candidatar a estágios, seminários, monografias ou qualquer outra prática profissional.

Como Karin é uma estudante brasileira, não pode se inscrever no programa Erasmus, aberto apenas a estudantes dos países da União Européia. Os intercambistas Erasmus seguem um protocolo mais rígido. Eles têm coordenadores nos dois países (o de origem do aluno e aquele em que ele está fazendo intercâmbio), um número de créditos a cumprir e programas obrigatórios. Além disso precisam cursar disciplinas que sejam equivalentes com aquelas de seus cursos natais, para que os créditos sejam validados. “Como free mover, posso escolher as matérias que me interessam, independentemente do departamento. Eu, por exemplo, estou fazendo história, religião e sociologia. Por outro lado, é ruim não ter nenhum coordenador”, diz Karin.

Campus Westend, da Goethe Universität, em Frankfurt (foto por Karin Salomão)

Diferentes maneiras de se fazer jornalismo
No sistema de ensino alemão existe uma série de formas para se obter uma formação jornalística. Por exemplo, a Escola de Henri-Nannen, uma das mais conceituadas, não exige dos candidatos nenhuma graduação, apenas o domínio da língua e faixa etária entre 19 e 28 anos. A Escola foi fundada em 1979, e é apoiada pelo jornal semanário “Die Zeit” e pela empresa Gruner+Jahr que produz a revista “Der Stern”.

Outras escolas, como a Escola Alemã de Jornalismo em Munique e a Escola de Jornalismo em Berlim, se baseiam em um processo seletivo semelhante ao de Henri-Nannen. A primeira é a mais antiga na área, fundada em 1949 por Werner Friedmann, chefe de redação do “Süddeutschen Zeitung” e editor do “Abendzeitung”. Foi o primeiro curso de redação originalmente alemão.Já a escola de Berlim pertence à Associação dos Jornalistas Alemães (DJV).

Existem também cursos técnicos, alguns deles especializados em um determinado ramo do jornalismo, como a Escola de Jornalismo de Colônia, voltada para política e economia. Quem se interessa em televisão, por exemplo, pode se candidatar a RTL Escola de Jornalismo, que pertence à rede de televisão alemã de mesmo nome.

Jornalismo geralmente é especialização
A Universidade Goethe, em Frankfurt, não oferece curso de jornalismo. Essa universidade abrigou a famosa Escola de Frankfurt, um centro de intelectuais liderados por nomes como Adorno e Horkheimer que desenvolveu estudos clássicos na área da comunicação. Apesar disso, não oferece formação para jornalistas. Segundo a brasileira Karin, “eles não dão ênfase a isso em formação superior, somente na pós-graduação ou em pesquisa. Curso de jornalismo, mesmo, existe apenas em algumas cidades”.

Alguns cursos alemães de comunicação incluem publicidade, marketing, media management, e servem, inclusive, para quem quer dirigir uma editora ou jornal. Geralmente se intitulam “Medienwissenschaft”, algo como ciência da mídia, em português.

“O que a maioria das pessoas faz é um curso de alguma outra coisa, como política, economia ou esse tal de ‘Medienwissenschaft’ e atua como jornalista. O que faz todo o sentido, porque o jornalismo, aqui na Alemanha, é bem diferente”, afirma Karin.

Para atuar como jornalista, não é necessário nenhum diploma. Não há uma lei que obrigue os jornalistas a ter uma formação específica. Além dos cursos universitários de jornalismo, uma forma de aprender o ofício é através do concorrido programa de estágio de dois anos. “E não precisa sequer de um ensino superior. Tenho um colega que faz um estágio (Voluntariat) em um pequeno jornal aqui em Frankfurt e ele acabou de terminar o High School”, diz Karin.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comente!

Click here to cancel reply »

Add your comment below, or trackback from your own site. Você também pode subscribe to these comments via RSS.

Be nice. Keep it clean. Stay on topic. No spam.

América do Norte »

As engrenagens da máquina

As engrenagens da máquina

Para se ter uma ideia mais profunda sobre a imprensa norteamericana, é necessário se perguntar: como se formam seus profissionais de comunicação?
Por Marina Pastore

A partir de dados de pesquisas e dos sites oficiais das principais …

Mais matérias »

América Latina e Ibéricos »

Jornalista por formação, assessor de imprensa por opção

Jornalista por formação, assessor de imprensa por opção

35% dos estudantes de jornalismo e de comunicação do Chile acabam trabalhando na área de relações públicas
por Stephanie Kim Abe
O expressivo número de alunos chilenos formados em jornalismo ou comunicação de massa que exercem funções …

Mais matérias »

Brasil »

Diretrizes do MEC explicitam os 10 mandamentos para um bom jornalista

por Glenda Almeida
O documento que contém as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Jornalismo, compiladas em fevereiro de 2009, deve ser leitura obrigatória para todos os estudantes brasileiros que pretendem, um dia, ser …

Mais matérias »

Europa »

Polêmica sobre bloqueio de redes sociais no Reino Unido amplia debate sobre as funções desses sites

Polêmica sobre bloqueio de redes sociais no Reino Unido amplia debate sobre as funções desses sites

A discussão aumentou depois que o primeiro ministro britânico ameaçou bloquear os serviços de comunicação da internet
por Lucas Rodrigues

No dia 5 de agosto de 2011, teve início em Londres, na Inglaterra, uma série de protestos …

Mais matérias »

Tags

Alemanha América Latina Argentina assessoria de imprensa Bolívia Brasil Canadá Carnegie-Knight Initiative Chile Colômbia diploma disciplinas práticas disciplinas teóricas ensino escola de jornalismo Espanha Especialização Estados Unidos estágio França grade curricular graduação Inglaterra instituições internet jornalismo online lei Lei de Imprensa mercado de trabalho multimídia México perfil dos jornalistas pesquisa Plano de Bolonha Portugal produção acadêmica prática redes sociais reformar curricular reforma universitária regulamentação relações públicas Uruguai Venezuela ética

Posts Recentes

  • Jornalista por formação, assessor de imprensa por opção
  • Polêmica sobre bloqueio de redes sociais no Reino Unido amplia debate sobre as funções desses sites
  • As engrenagens da máquina
  • Como “los latinos” viram jornalistas
  • EUA adota postura liberalizante para regular a mídia

Mais Comentados

  • Mapa dos centros de formação em comunicação traz detalhes sobre ensino de jornalismo
Powered by WordPress | Log in | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Arthemia Premium theme by dukio