Este artigo objetiva apresentar uma análise interpretativa de dois textos dramatúrgicos representantes do gênero, produzidos por Oswald de Andrade, na perspectiva estética do modernismo brasileiro. O primeiro, O rei da vela, escrito em 1933 e publicado em 1937, tornou-se um marco na produção artística brasileira, ao trazer a proposta modernista e as influências das vanguardas europeias para o teatro, sobretudo ao fazer uma passagem da proposta dos manifestos modernistas à linguagem do teatro. O segundo, A morta, peçapublicada em 1937, discute os valores datradição e a ressignificação desses a partir do discurso antropofágico,apresentando um diálogo vivo entre o antigo e o moderno. Desse modo, pretende-se aprimorar o entendimento dos elementos constituintes da dramaturgia oswaldiana inserida na proposta artístico-social apresentada pelo modernismo brasileiro buscando compreender a formulação e a relevância do conceito de antropofagia cultural apresentado na proposta dramatúrgica do autor e reverberações na contemporaneidade.
Com base na teoria do efeito estético/estética da recepção (Wolfgang Iser), este
artigo discute os diálogos entre Terra em transe (1967, Glauber Rocha) e O Rei da
Vela (1967, Zé Celso) e propõe alguns avanços nas discussões acerca da relação
história e cinema. Como conclusão, demonstramos que a historicidade dessas
obras de arte ganha novos significados, quando utilizamos as ideias de Wolfgang
Iser.