Neste artigo, empreendemos uma análise do diálogo intertextual estabelecido entre a peça teatral A última encarnação do Fausto, escrita por Renato Vianna e encenada pela primeira vez em 1922, e o Fausto I, de Johann Wolfgang von Goethe. Nossa análise privilegia o momento do pacto e as personagens de Eduardo e Mefisto, as quais evocam Fausto e Mefistófeles respectivamente. Investigamos, ainda, a relação da peça com a tradição literária europeia, epitomizada nos movimentos romântico e parnasiano, de modo a evidenciar a reflexão de Vianna sobre a natureza da arte no contexto do Modernismo brasileiro.
Neste artigo, empreendemos uma análise do diálogo intertextual estabelecido entre a peça teatral A última encarnação do Fausto, escrita por Renato Vianna e encenada pela primeira vez em 1922, e o Fausto I, de Johann Wolfgang von Goethe. Nossa análise privilegia o momento do pacto e as personagens de Eduardo e Mefisto, as quais evocam Fausto e Mefistófeles respectivamente. Investigamos, ainda, a relação da peça com a tradição literária europeia, epitomizada nos movimentos romântico e parnasiano, de modo a evidenciar a reflexão de Vianna sobre a natureza da arte no contexto do Modernismo brasileiro.
Este artigo analisa o livro e o filme O pagador de promessas sob o aspecto cultural da diversidade na cultura brasileira. Verifica-se a influência do Modernismo sobre as obras, com base em considerações de Lilia Schwarcz, Zilá Bernd e Antônio Cândido. Além disso, o trabalho demonstra que o sincretismo é característica que comprova mudança de perspectiva importante e positiva, no que se refere à mestiçagem no Brasil.
FFLCH - FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
154 F.
Esta pesquisa revisita a obra do escritor António de Alcântara Machado, tomando como eixo da análise as diversas dimensões da cidade de São Paulo que ela traz à tona. Lembrado na história da literatura brasileira sobretudo pela autoria de Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), livro de contos em que trata principalmente da presença italiana e ítalo-brasileira na cidade, o autor é figura ativa nos círculos culturais de São Paulo nas primeiras décadas do século XX, notadamente por sua participação junto aos grupos modernistas. A partir da gama de perspectivas fornecida pela literatura, pelo jornalismo, pela história e pela crítica de espetáculos, sigo suas reflexões acerca de uma série de temas, tais como o lugar de São Paulo na modernização do teatro brasileiro; a renovação da literatura; a criação das identidades brasileira e paulistana; a presença de repertórios estrangeiros na vida cultural e na estética da cidade; e os debates sobre raça, classe e segregação socioespacial. Confiro especial atenção às relações entre cidade e cultura, temas que nos direcionam à convivência tensa entre os diversos tipos que ocupam os espaços da cidade, aos debates sobre a nação e o nacionalismo, à nova composição social e às transformações em curso em São Paulo. Na primeira parte do trabalho, acompanho a maneira como Alcântara Machado, fazendo as vezes de crítico teatral e urbano, observa e participa da produção da cidade, sugerindo intervenções seja no espaço urbano, seja no teatro brasileiro,
orientado pela busca de uma modernização pautada por um veio nacionalista bastante específico, que propõe um mergulho nas raízes nacionais enquanto coloca São Paulo na condição de protagonista da história do país. Na Parte II, investigo as aparições de seis tipos sociais da cidade observados e descritos pelo escritor caipiras, bacharéis e funcionários públicos, mulheres, crianças, italianos (e ítalo-brasileiros) e negros , que compõe uma galeria de personagens eloquente em relação à maneira desigual com que a narrativa do progresso é apropriada e vivenciada por diferentes grupos. Concluo o trabalho sugerindo uma visão matizada da obra e de Alcântara Machado, atenta à importância do teatro e dos tipos sociais marginais no conjunto de sua reflexão, à complexidade do quadro da cidade que ele levanta e às articulações entre os diferentes gêneros em que ele escreveu.