ct:Esta dissertação analisa a simbologia na obra Marta, a árvore e o relógio de Jorge Andrade, a fim de compreender a ligação simbólica utilizada entre as peças do ciclo, bem como perceber se o dramaturgo utilizou os símbolos da maneira convencional ou atribuiu novos sentidos aos mesmos. O ciclo de dez peças de Jorge Andrade tem, entre muitos objetivos, a nacionalização do drama brasileiro bem como dar voz aos marginalizados, compreendendo-os como parte integrante da história. O estudo interpretativo tem como bases teóricas principais para o estudo da dramaturgia brasileira Anatol Rosenfeld, Sábato Magaldi, Décio de Almeida Prado, João Roberto Faria, Mário Guidarini e para o estudo do simbólico Gaston Bachelard, Gilbert Durand, Mircea Eliade, Carl G. Jung, Pierre Bourdieu entre outros. O dramaturgo escolhe, dentre os seus símbolos principais, um símbolo de liberdade que é Marta para contar o ciclo e para lutar pelos sem rosto. A árvore, que não só representa a genealogia, mas também a ligação com o transcendente, a proteção e a vida. E orelógio sem ponteiros que remete ao tempo parado no ar, à luta do homemcontra o tempo e contra a história, que é sempre contada pela ótica dominante e excludente. A forma como Andrade costura a história do Brasil, os diversos símbolos presentes na sua obra e a árvore genealógica das suas personagens revelam um dos maiores gênios da dramaturgia brasileira.