Lista de Entidades

Sindicato dos Artistas Plásticos
Criado em 1921 com o nome de Sociedade Paulista de Belas Artes, por Alexandre de Albuquerque, visa defender a profissionalização dos artistas, bem de acordo com o espírito trabalhista da época. Pretende difundir o gosto pelas artes especialmente através de exposições e cursos abrangendo diferentes linguagens e manifestações artísticas. Em 1936, transforma-se no Sindicato dos Artistas Plásticos, espaço privilegiado de encontro dos artistas modernos, especialmente aqueles auto-didatas que não têm acesso aos grandes salões, como Aldo Bonadei e Mário Zanini. Realizou grandes exposições, além de pequenas exposições nos bairros da periferia paulistana. Agregava artistas de várias tendências, não só os modernos, mas também os acadêmicos, o que, de certa forma, era motivo de desprestígio para a entidade.

O Homem Livre
Semanário de política e cultura, surgido em 1933, cujo redator-chefe é Geraldo Ferraz, casado com Patrícia Galvão, a Pagu. Procurava aglutinar todas as tendências de esquerda em torno da luta anti-fascista. Eram responsáveis por O Homem Livre: Mário Pedrosa, Lívio Xavier, Aristides Lobo, Gofredo Rosini e Fúlvio Abramo. Denunciando o avassalador crescimento do fascismo, seus articulistas cumpriam um ideário de esquerda e pregavam a aproximação da arte das classes populares. Lívio Abramo colocou sua arte à serviço da revista produzindo uma gravura de irrestrita função política e social (1).

Ateliê Abstração
Fundado numa casa da Aclimação, propriedade do romeno Samson Flexor, em 1951, o Ateliê formou os primeiros artistas geométricos brasileiros. Entre os membros do Ateliê estavam Izar do Amaral Berlinck, Zilda Andrews e Emílio Mallet, entre outros.
O grupo realizou uma série de exposições conjuntas, a primeira delas data de 1953, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Em 1954, ocorre a segunda exposição no Museu de Arte Moderna – MAM. Nesse mesmo ano, a casa-ateliê de Flexor, projetada por Rino Levi, muda-se para a rua Gaspar Lourenço, Vila Mariana.
O grupo se dispersa após a exposição realizada em Nova York, na Galeria Rolland Arnelle, em 1958. Em 1961, o fundador do Ateliê Abstração, Flexor, monta um novo grupo, o Ateliê Abstração 2. Esse grupo durou pouco tempo. Foram membros do segundo grupo, os seguintes artistas: Charlotta Adlerová, Halina Drapinski, Maria Helena Occhi, Ida Shaib, Michiko Komatsu, André Cahen, Hans Grunebaum e Sérgio de Freitas Azevedo.

Casa Modernista
A casa, localizada na rua Itápolis (bairro do Pacaembu), é um marco para a arquitetura modernista. Foi construída em 1930, pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik. A proposta de Warchavchik era integrar arte, design e arquitetura na criação de ambientes. A inauguração foi em 26 de março com uma grande exposição de arte moderna, que durou até 20 de abril.
A Casa Modernista pertence a uma série de casas modernas projetadas pelo arquiteto de 1927 até o começo da década de 1930. A primeira casa dessa série foi a sua residência, localizada na Rua Santa Cruz (Vila Mariana). As linhas modernas e despojadas, as paredes lisas e as janelas horizontais chamaram a atenção da imprensa.
O reconhecimento nacional do talento de Warchavchik tem como expressão o convite feito por Lúcio Costa, em 1931, para ser professor da Escola Nacional de Belas Artes.

Tipografia de Henrique Gröbel
Entre os espaços voltados à produção cultural e artística não podemos deixar de mencionar as gráficas que surgiram em São Paulo, desde o século XIX e onde se reuniram muitos artesãos imigrantes e artistas em ascensão. Começando muitas vezes nos fundos de uma casa, algumas dessas oficinas, que produziam de cartazes a revistas e livros, chegaram a ter certa importância e sobrevida. A Tipografia de Henrique Gröbel, fundada em 1887 e sediada na Rua Aurora, 3, imprimia a revista humorística A gargalhada. Na década de vinte foi responsável por outra revista importante – A Garoa. Muitas outras oficinas devem ser lembradas como a Tipografia Paulista e a Weiszflog & Cia, embrião da Melhoramentos. Em torno delas, ou graças a elas, grupos de artistas e intelectuais podiam se reunir e desenvolver suas propostas.

Oficina de Arte
Entidade reunindo os artistas de São Paulo, conforme tradição iniciada na década de vinte e trinta, cujo manifesto de criação foi escrito por Odetto Guersoni. Seus objetivos eram criar uma frente de trabalho para os artistas possibilitando sua intervenção na cidade de São Paulo, seja através da arquitetura, da ilustração, do cinema ou do teatro, tendo em vista, sempre, chegar até as massas. Considerando que a arte não é um privilégio esses artistas tinham forte motivação social e pensavam sua ação junto às praças e ao povo.

Jockey Clube de São Paulo
A primeira corrida ocorreu em 1876, no Hipódromo da Mooca, graças à paixão de Rafael Aguiar Paes de Barros por cavalos. Com altos e baixos, o Clube de Corridas Paulistanos foi sobrevivendo às transformações do tempo, tendo cada vez mais participação na vida da cidade. Foi de lá que Edu Chaves levantou vôo em 1912 para tentar percorrer o caminho São Paulo-Rio de Janeiro. Na década de trinta, o Jockey acompanha a expansão horizontal da cidade e se transfere para as margens do Rio Pinheiros, promovendo modificações na região Oeste e criando avenidas que expandiram a cidade para além do rio. Além de um espaço de encontro da elite econômica e política paulistana, o Jockey Clube participou da remodelação urbana da cidade.

Automóvel Clube do Estado de São Paulo
Numa época em que o automóvel passava a fazer parte da vida urbana, alguns amigos resolveram criar uma sociedade sem fins lucrativos para dar assistência aos seus veículos. Inaugurado em 1935, iniciou suas atividades na Rua Martins Francisco, 53, em Santa Cecília. Centro aglutinador da elite proprietária de automóveis, o ACESP tornou-se famoso ponto de encontro para troca de idéias, especialmente das republicanas. Como escreveu Mônica Pereira:
Os escritores, poetas, jornalistas e intelectuais freqüentavam os mesmos lugares - compravam, liam e tentavam conquistar espaço nas mesmas revistas - e conviviam com as "altas-rodas", sobretudo aqueles interessados em culturalizar o país - os administradores das artes. A vida literária e artística era, então, intensa em São Paulo: todos se conheciam e se encontravam ou aqui (na livraria e salão de chá Jaraguá, por exemplo) ou ali, nas reuniões em casa de amigos ou coquetéis no Automóvel Clube (Pereira, 1987, pp. 37-38)
Sevcenko também alude a essa paixão pelo automóvel e ao fato dos paulistas se considerarem introdutores, senão do automóvel na América Latina, ao menos da primeira competição automobilística.

Livraria Italiana
A história do livro e, conseqüentemente, da vida cultural e intelectual do Brasil tem ainda um outro apoio além das gráficas. São as livrarias e editoras como a Francisco Alves e a Livraria Teixeira instalada na Av. São João, 16. Tais endereços eram lugares de encontro e de bate-papos, como a Livraria Moderna que, em 1921, transferiu-se para a Rua Boa Vista, 38 B. Mas a pioneira desse m0ovimento foi a Livraria Italiana, à Rua Florêncio de Abreu, 4, cujo dono, Mário Graciotti foi o primeiro editor de Mário de Andrade. Com sua hospitalidade fez com que sua livraria ficasse conhecida como “cenáculo de São Paulo”.

Centro Popular de Cultura (CPC)
O Centro Popular de Cultura é criado em 1961, no Rio de Janeiro, ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE), a intelectuais como Paulo Freire, Luís Mendonça e Anita Paes. Artistas de diversas áreas fizeram parte do CPC – atores, diretores, escritores, pintores, escultores etc. O projeto do Centro Popular se apóia na tentativa de construir uma cultura nacional, popular e democrática através da conscientização das classes populares. Para o grupo não existe uma arte popular fora da política. Entre as iniciativas cepecistas se encontram encenações de peças em fábricas, favelas e sindicatos; publicação de cadernos de poesia a preços populares; a realização de filmes auto-financiados.
A criação do Centro Popular de Cultura ocorreu durante o governo João Goulart, momento de grande mobilização política e do crescimento das organizações de trabalhadores. A classe média, principalmente estudantes e intelectuais, está presente em partidos como o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e entidades como a UNE.
A idéia do CPC tem origem no grupo paulistano Teatro de Arena, que na época estava realizando uma temporada das peças Eles não usam black-tie (Gianfrancesco Guarnieri) e Chapetuba F.C. (Oduvaldo Vianna Filho) no Rio de Janeiro. A insatisfação de alguns integrantes, o Arena continuava sendo um “teatro de classe média”, leva à montagem da peça A mais valia vai acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho e Chico de Assis. Em seguida, o grupo envolvido realiza um curso de filosofia com José Américo Pessanha, em auditório cedido pela UNE. Os debates ali realizados dão forma ao Centro, que sofre também influências de outras iniciativas, principalmente do Movimento de Cultura Popular. Essa influência pode ser observada no destaque dado ao teatro sobre as demais artes, no trabalho coletivo, na defesa do engajamento e conscientização da população.
Com o golpe militar de 1964, o Centro Popular de Cultura é fechado. Mas as idéias do projeto influenciam iniciativas posteriores, como o show Opinião (1964), de Oduvaldo Vianna Filho, Armando Costa e Paulo Pontes.

Clube dos Artistas Modernos (CAM)
A idéia da criação do Clube dos Artistas Modernos surgiu no antigo salão de chá do Mappin, na Praça do Patriarca. Entre seus idealizadores estavam Paulo Mendes de Almeida, Flávio de Carvalho, Arnaldo Barbosa e Vittorio Gobbis. Os objetivos da associação eram o intercâmbio entre diversas artes, o estímulo de debates, a divulgação de novas criações e a defesa dos interesses da classe artística. Nas realizações do grupo, nota-se forte engajamento político e social, simpatia com a experiência soviética e a crítica cerrada ao Estado e à Igreja do Brasil. Mas tudo isso feito no clima de festa e diversão.
Sua fundação data de 24 de novembro de 1932, na cidade de São Paulo, tendo se convertido numa experiência que mostra o êxito do associativismo como estratégia da atuação artística na vida cultural brasileira e uma atitude de independência em relação a instituições como a Escola Nacional de Belas Artes.
Assim como a Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), o CAM foi fortemente influenciado pela estética modernista, mas difere daquela por ser mais autônomo, irreverente e “menos elitista” em atividades e realizações.
A sede social do CAM localizava-se no primeiro andar do prédio da rua Pedro Lessa, 2 (na parte baixa do viaduto Santa Ifigênia). Nesse local se realizavam festas, concertos, exposições e palestras. Além disso, os ateliês de alguns parceiros de criação do Clube também estavam instalados no local, entre eles os de Antonio Gomide, Carlos Prado e Emiliano Di Cavalcanti.
No final de 1933, devido à censura e aos problemas financeiros, o Clube dos Artistas Modernos encerra as suas atividades, mesmo tendo manifestações de apoio de artistas e intelectuais expressivos daquele momento.

Edifício Esther
Projetado por Alvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho, o Edifício Esther fica localizado na praça da República, centro da cidade de São Paulo. Esse edifício é um dos indícios do racionalismo arquitetônico que começa a aparecer na paisagem urbana do Brasil na década de 1930.
A origem do Edifico Esther vem do anteprojeto apresentado por Vital Brazil e Adhemar Marinho, vencedor de um concurso, à Usina Esther Ltda. Além de abrigar os escritórios da Usina Esther, grande produtora de açúcar, o edifício contaria com lojas comerciais, escritórios, consultórios e residências. Os aluguéis cobrados garantiam a sustentabilidade do Edifício Esther.
O edifício segue os princípios centrais da arquitetura racionalista e funcionalista: uso racional dos materiais, métodos econômicos de construção, linguagem formal sem ornamentos, diálogo sistemático com a tecnologia industrial, pilotis, planta livre, janela corrida, fachada livre e terraço-jardim. Além disso, possui quatro faces independentes e uma estrutura aberta com superfícies envidraçadas.
O Edifício Esther, mesmo sendo importante na história da arquitetura brasileira, passa por um processo de descaracterização e deterioração. Sem motivo aparente, o edifício não é mencionado em alguns manuais conhecidos de arquitetura.

Escola Brasil: (Escola de Arte Brasil)
A Escola Brasil: foi criada em 1970 num antigo laboratório farmacêutico localizado em Santo Amaro. O projeto da escola foi concebido dois anos antes por um grupo de artistas paulistas: José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Carlos Baravelli e Frederico Nasser.
A Escola Brasil defendia a idéia de que o ensino da arte se processa principalmente no interior dos ateliês e não pelo ensino formalizado de história, técnicas e métodos, como fazem as escolas tradicionais de arte. Não há disciplinas definidas, a formação do aluno gira em torno do seu desenvolvimento e aproveitamento pessoal. Os dois pontos presentes no nome da escola indicam abertura, algo sem definição, mas, para muitos, tratava-se de uma atitude irônica diante do nacionalismo do governo militar.
Mesmo tendo uma curta duração, de 1970 a 1974, a Escola Brasil: entra para a história das artes visuais como formadora de artistas de características variadas.

Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri
O psiquiatra Osório César foi o pioneiro no estudo da arte dos doentes mentais, tendo como base os internos do Hospital Psiquiátrico de Franco da Rocha, ou Juqueri. Em 1925 publicou A arte primitiva dos alienados e participou de diversos debates promovidos pelos modernistas. Em 1924, chegou a promover uma exposição no MASP, a qual impulsionou a fundação da Escola Livre de Artes Plásticas, atuante até 1970. Em 1985, parte do acervo dessa Escola constituiu o Museu Osório César que administra as obras e organiza o ateliê de artes plásticas para os internos. Em 1981, essa arte é legitimada na XVI Bienal de São Paulo, na mostra Arte Incomum exibindo parte do acervo do Museu Osório César e do Museu de Imagens do Inconsciente do Rio de Janeiro.

Família Artística Paulista (FAP)
A Família Artística Paulista é um grupo criado em São Paulo no ano de 1937. A criação desse grupo se insere no contexto em que diversas agremiações de artistas surgem na década de 1930, mostrando que o associativismo foi uma boa estratégia de atuação na vida cultural daquela época. Em São Paulo, podemos citar o Clube dos Artistas Modernos e a Sociedade Pró-Arte Moderna, ambos de 1932.
A FAP foi fundada e dirigida por Rossi Osir e Waldemar da Costa e contou com a participação de diversos artistas, inclusive membros do Grupo Santa Helena. Realizou três grandes exposições, duas em São Paulo (1937 e 1939) e uma no Rio de Janeiro (1940). A grande variedade de artistas presentes nessas exposições não permite definir tendências ou estilos, mas alguns críticos e historiadores identificam um caráter anti-vanguardista e anti-experimentalista. Deixando as polêmicas de lado, a verdade é que tanto artistas acadêmicos quanto artistas afinados com as vanguardas da época participaram das exposições.

Grupo Santa Helena
Os artistas do Grupo Santa Helena construíram uma nova linguagem artística, sem qualquer vínculo com as normas acadêmicas, mas a união deles não se deu como uma revolta consciente contra as regras estabelecidas. O grupo formou-se espontaneamente da reunião de alguns artistas, em meados de 1934, que tinham ateliês no palacete Santa Helena, na Praça da Sé. O reconhecimento do Santa Helena como grupo só veio anos mais tarde.
Os santelenistas, em sua maioria, trabalhavam como artesãos ou pintores-decoradores e tiveram sua formação básica em escolas profissionalizantes como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. O grupo realizava visitas ao subúrbio para realizar pinturas ao ar livre. Os temas dos quadros do grupo são paisagens urbanas (principalmente), retratos, auto-retratos e natureza-morta.
Os artistas santelenistas nunca expuseram em conjunto. O fato de que membros do Santa Helena também pertencessem à Família Artística Paulista fez com que o grupo fosse reconhecido pela crítica especializada.
O Grupo Santa Helena começa a desfazer no final da década de 1930, quando os artistas passaram a desenvolver suas carreiras de forma individual, unidos apenas pela amizade e convivência social que fazam questão de manter. O palacete Santa Helena foi demolido em 1971 para a construção da estação de metrô Praça da Sé.

Grupo Seibi
Tomoo Handa funda em 1935 o Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo, reunindo diversos artistas nipo-descendentes, entre os quais Walter Sgigeto Tanaka e Kiyhoji Higaki. A primeira exposição ocorreu no Clube Japonês, mas a continuidade do grupo foi ameaçada pela entrada do Brasil da II Guerra Mundial e com o movimento de perseguição aos japoneses no país, especialmente em São Paulo. Nova fase veio após a guerra quando, em 1947, participam do grupo Manamu Mabe e Tikashi Fukushima. As atividades se encerram em 1947, após realizar 14 exposições.

Rex Gallery & Sons
A Rex Gallery & Sons é o local de exposições do Grupo Rex, um local alternativo às galerias e museus existentes. Localizada em uma parte da loja de móveis Hobjeto, na Rua Iguatemi 960, de propriedade de Geraldo de Barros, um dos mentores do Grupo Rex. Na inauguração da galeria houve um baile.
A cooperativa artística paulista Grupo Rex teve vida curta, junho de 1966 a maio de 1967, mas teve atividade intensa na cidade de São Paulo, caracterizada pela irreverência, humor e crítica ao sistema da arte. A origem da cooperativa está ligada à saída de vários artistas da exposição Propostas 65, realizada na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em protesto à retirada de obras do artista Décio Bar pela censura do regime militar. Entre eles estavam Wesley Duke Lee, Nelson Leirner e Geraldo de Barros. O nome, Rex, foi sugerido por Wesley Duke Lee e representava “uma atitude de vida, com grande sentido interior e que se baseava no uso do banal. Sem medo das circunstâncias, por mais absurdo que possa ser, e que sempre corresponde a uma ordem interna”.
Devido à falta de público e problemas financeiros, o grupo convidou o público para a exposição de encerramento, a Exposição-Não-Exposição, de Nelson Leirner. O público poderia levar os objetos expostos, desde que conseguisse, pois foram instalados diversos obstáculos para dificultar a retirada das obras. O evento durou oito minutos.

Pinacoteca do Estado de São Paulo
A idéia original era que o edifício da Pinacoteca fosse a sede do Liceu de Artes e Ofícios, um projeto de Leôncio de Carvalho. A construção do edifício foi de 1897 a 1900, realizada pelo escritório de Ramos de Azevedo. No ano de 1905, a Pinacoteca é inaugurada como o primeiro museu de artes plásticas do Estado de São Paulo. Em 1911, é transformada em museu estadual e ocorre durante um mês a Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes. O acervo inicial conta com 59 obras de artistas consagrados no Rio de Janeiro e em São Paulo, entre quais se encontram Pedro Alexandrino, José Ferraz de Almeida Júnior e Benedito Calixto.
Até 1921, o prédio da Pinacoteca tornou-se do Liceu de Artes e Ofícios. As revoltas políticas de 1930, a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932, fizeram a Pinacoteca fechar suas portas por dois anos e servir de quartel improvisado, reabrindo em novo endereço, á Rua 11 de Agosto, antiga sede da Imprensa Oficial do Estado. Em 1947, retorna ao antigo endereço na Avenida Tiradentes, Jardim da Luz. Entre 1932 e 1935, o controle do museu fica sob responsabilidade da Escola de Belas Artes, sob as gestões de Paulo Vergueiro Leão e Túlio Magnaini, o que a mantêm distante dos movimentos de renovação artística do início do século XX. Na década de 1970, com as administrações de Delmiro Gonçalves, Clóvis Graciano e Walter Wey, o prédio do museu passa por uma série de reformas e há uma mudança nos critérios de escolha das obras, que passam a ser definidos pelo Conselho de Orientação Artística da Pinacoteca. Em 1982, o prédio da Pinacoteca é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – Condephaat – e o museu passa a contar com o espaço exclusivo.

Liceu de Artes e Ofícios
No dia 14 de dezembro de 1873, Leôncio de Carvalho e mais 130 aristocratas da cidade de São Paulo fundaram a Sociedade Propagadora da Instrução Popular. Essa associação educacional privada, fundada com o apoio da maçonaria, tinha como objetivo inicial as primeiras letras aos filhos de camponeses e operários.
Nove anos depois de sua fundação, a instituição passa por uma reformulação total. Os cursos profissionalizantes, utilizando como modelo a experiência européia, são introduzidos no currículo a partir do dia 1 de setembro de 1882. Nesse dia, a instituição passa-se a chamar Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
No final do século XIX, o diretor-geral Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi responsável por uma reforma administrativa e curricular. O arquiteto italiano Domiziano Rossi passa a fazer parte do corpo docente do Liceu, tornando obrigatório o estudo de cunho renascentista, principalmente nos ornatos, o que influenciou as construções paulistas até cerca de 1920.
No ano de 1900, o Liceu muda-se para o prédio da Praça da Luz. Através de um acordo com o Estado, o espaço foi dividido com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Dentro do Liceu foi instalada uma exposição permanente dos trabalhos feitos por alunos. Em 1905, tem início a produção para venda ao público com o intuito de garantir a manutenção da instituição.
A redução das importações decorrente das duas Guerras Mundiais contribuiu para o crescimento industrial do Liceu, verificando-se um aumento no consumo dos produtos nacionais. Nomes como Vitor Brecheret e Adoniran Barbosa passaram pela instituição nesse período. Por ser um grande divulgador e realizador do estilo art-nouveau, o Liceu recebeu o prêmio St. Louis Universal Exhibition.
Conflitos políticos das décadas de 1920 a 1930 interromperam as atividades da instituição e causaram sérios prejuízos materiais. O Liceu foi ocupado pelos batalhões nos movimentos revolucionários de 1924, 1930 e 1932. Em 1945, sofreu mais prejuízos com um incêndio ocorrido em sua sede. Em 1946, o Estado desapropria o prédio do Liceu para instalar a Pinacoteca e a Escola de Belas Artes, cedendo, em troca, o terreno do terminal do Tramway da Cantareira para suas instalações.
Na década de 1970 ocorre uma reforma curricular e é criada a Escola Técnica. Na década seguinte é fundado o Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, quando estréia o espetáculo multimídia Multivisão, com roteiro do crítico Olívio Tavares de Araújo.

Parque do Ibirapuera
Oscar Niemeyer projetou em 1951 o complexo arquitetônico do Parque do Ibirapuera, a convite do industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, Ciccillo Matarazzo. O projeto iria marcar as comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo.
O complexo do Parque do Ibirapuera é formado por cinco prédios, interligados por uma marquise. Pesquisas estruturais dinâmicas, exploração de formas e jogos de volumes são a marca do estilo de Niemeyer.
Os Palácios das Nações e dos Estados, originalmente destinados a exposições de arte, foram por muito tempo a sede da Prefeitura do Município de São Paulo. As Bienais Internacionais de 1953 e 1955 foram realizadas nesse espaço, embora a sede da Fundação Bienal de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea (MAC) estejam localizados no Palácio das Indústrias. A OCA, antigo Palácio das Artes, foi projetado para abrigar exposições de esculturas. O último prédio a ser concluído e que atualmente se encontra fora do Parque é o Palácio da Agricultura, sede do DETRAN-SP.

Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam)
A Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) foi criada oficialmente em 22 de dezembro de 1932, na cidade de São Paulo. Nas primeiras reuniões da Spam participaram Lasar Segall, Anita Malfatti, Camargo Guarnieri, Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, entre outros.
A Spam, assim como o Grupo Santa Helena e a Família Artística Paulista (FAP), faz parte de um contexto artístico em que a criação de grupos e associações de artistas era a melhor estratégia para a atuação na vida cultural das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Herdeiros da estética modernista, esses grupos e associações entraram em contato, cada um à sua maneira, com esse legado. A Spam tem como principais membros os artistas do primeiro modernismo e alguns dos organizadores da Semana de Arte Moderna.
Após a definição dos estatutos e da primeira comissão executiva, a Sociedade Pró-Arte Moderna é apresentada ao público através da 1ª Exposição de Arte Moderna, em 1933, com 100 obras de artistas modernos. A Spam tinha como objetivos a aproximação entre os artistas e o público interessado em arte, a promoção de eventos culturais (exposições, concertos e reuniões literárias e dançantes), o sorteio de obras entre os membros e a criação de sede para festas e exibições. As festas realizadas pela Spam merecem destaque, pois arrecadavam fundos para as despesas do grupo.
O primeiro baile carnavalesco, idealizado e dirigido por Segall, permitiu o aluguel de uma sede, inaugurada em 1933, localizada no quinto andar do palacete Campinas, Praça da República. Nessa sede foi realizada a segunda exposição com artistas do Rio de Janeiro, como Candido Portinari e Di Cavalcanti.
Problemas financeiros, desavenças entre os membros e a má repercussão do segundo baile carnavalesco na imprensa levaram Lasar Segall a propor a extinção da Spam em 1934.

O Estado de São Paulo
É um dos jornais paulistanos mais antigos em circulação. Foi criado durante o Brasil Império, em 1875, com o nome de A Província de São Paulo. Somente em 1890 receberia o atual nome. Seus fundadores foram dezesseis pessoas reunidas por Manoel Ferraz de Campos Salles e Américo Brasiliense, atendendo a uma proposta da Convenção Republicana de Itu - um diário republicando que combatesse a monarquia e a escravidão.
Em 1888, sob o pseudônimo de Proudhom, O Estado passa a contar com a colaboração de Euclides da Cunha. No ano de 1902, Júlio Mesquita, genro de um dos fundadores, torna-se o único proprietário do jornal.
No dia 25 de janeiro de 1934, o governador Armando de Salles Oliveira assinou o decreto que criava a Universidade de São Paulo (USP), uma idéia lançada pelo Estado de São Paulo, através de uma campanha liderada por Júlio Mesquita Filho. Coube a ele chamar os professores estrangeiros, entre eles Claude Lévi-Strauss, que fariam parte do corpo docente da Faculdade de Filosofia.
Em 1951 é criado o troféu SACI, um dos mais importantes concursos culturais nas décadas de 1950 e 1960, prêmio dado pela crítica aos melhores profissionais de cinema e teatro.
Segundo o próprio jornal, O Estado de São Paulo apóia editorialmente a democracia e o livre mercado. Ele apoiou a Campanha Civilista de 1909, a candidatura de Getúlio Vargas à presidência, a Revolução Constitucionalista de 1932 e o Golpe Militar de 1964. Ao constatar que os militares tinham a intenção de se manter no poder, o jornal passou a fazer oposição.
Em 13 de dezembro de 1968, o jornal é impedido de circular por ordem do governo militar. O motivo foi o editorial escrito por Júlio Mesquita Filho, “Instituições em frangalhos”. A partir desse momento, instala-se a censura dentro da redação. Somente em 1975 a censura seria retirada do jornal, devido ao projeto de distensão política do governo Ernesto Geisel.
Em 1997 foi criado o Prêmio Multicultural Estadão, para os melhores expoentes culturais de cada ano.

A Gazeta
O jornal vespertino foi criado em 16 de maio de 1906 pelo jornalista Adolfo Campos de Araújo. A Gazeta seguiu o padrão dos jornais da época, poucas imagens e muito texto. Os primeiros anos de existência do vespertino foram marcados por crises financeiras.
Em 14 de julho de 1918, Cásper Líbero, que era um dos colaboradores do jornal, compra A Gazeta. Ele promove uma série de reformulações para tornar o jornal um dos mais modernos da América Latina. Houve investimento na criação de novos e inéditos suplementos, e a valorização de assuntos locais, regionais, culturais, esportivos e sociais. Assuntos que não eram tratados pela imprensa brasileira, foram abordados n’ A Gazeta.
Grande entusiasta do esporte, Cásper Líbero concebe diversas provas esportivas, como a Corrida de São Silvestre, um marco nas realizações do gênero no Brasil. Para cobrir os eventos esportivos, é criada uma seção diária de esportes e o suplemento A Gazeta Esportiva, que mais tarde se tornaria uma publicação independente.
Por apoiar a candidatura de Júlio Prestes e o Movimento Constitucionalista, a redação do jornal é destruída pelos getulistas. Cásper Líbero move um processo contra o Governo Federal e ganha uma indenização. O dinheiro é aplicado para modernizar o jornal e construir uma nova sede.
A morte de Cásper Líbero, em 1943, traz prejuízos para o crescimento e a modernização do vespertino, mas A Gazeta se mantém pioneira até a década de 1950. Em 25 de agosto de 1979, devido a uma crise financeira, A Gazeta torna-se um suplemento do jornal esportivo A Gazeta Esportiva. Vinte anos mais tarde, esse suplemento deixa de ser publicado.

Radio Gazeta
Começou como Sociedade Rádio Educadora Paulista, fundada em 1923, tendo ido ao ar no ano seguinte, com participação, na primeira irradiação, do músico Zequinha de Abreu, em estúdio montado na residência de um dos donos, à Rua Frei Caneca. Depois disso, a rádio foi instalada no Palácio das Indústrias. Em 1926, a Prefeitura concedeu a ocupação de um terreno, por trinta anos, nas imediações da Av. Paulista. A construção da sede teve apoio de Cicillo Matarazzo e da empresa RCA Victor, norte-americana. Cásper Líbero comprou a empresa em 1940, criando a Rádio Gazeta de São Paulo.

Rádio Club Paulista
Também conhecido como Rádio Clube de São Paulo, foi fundada em 1924, sediada na Rua Líbero Badaró. Como as demais rádios-clube da época, reunia alguns sócios desejosos de receber em seus receptores a “boa” música nacional e estrangeira. Suas transmissões foram rápidas e pouco numerosas, perdendo sua força no início da década de 1930. Em 1934, porém, reinicia suas transmissões com um equipamento mais potente, sob a sigla de PRA-5. Os nomes responsáveis por essa iniciativa foram Itagyba Santiago, Geraldo Homem de Melo, Leonardo Jones e João Batista do Amaral.

Revista Klaxon
A revista Klaxon surgiu três meses após a Semana de Arte Moderna. O primeiro número tem como data 15 de maio de 1922. Os números 8 e 9 formam um único volume, dedicado a Graça Aranha, e correspondem a dezembro de 1922 e janeiro de 1923, respectivamente. Ela foi o meio de divulgação das produções modernistas. A palavra Klaxon é de origem inglesa e significa “buzina de automóvel”.
O que chama a atenção na capa é o tamanho da letra a de Klaxon, cuja cor é contrastante com o fundo. Todas as palavras da capa são dispostas para reaproveitar a letra a.
Além de escritores, colaboravam na revista artistas plásticos e músicos. Eram publicados na Klaxon ensaios, crônicas, críticas de arte, piadas, gravuras e anúncios sérios e satíricos. Entre os colaboradores podemos destacar Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet.
Não havia diretor, redator-chefe, secretário etc. Era um tipo de órgão coletivo, em que todos participavam de todas as fases de produção.
A revista se mantinha sem qualquer ajuda financeiro do governo ou dinheiro oriundo da assinatura. O Klaxon foi desativada, pois não interessava mais os seus colaboradores.

Jornal Brasil
Pequeno jornal clandestino de oito paginas, muito bem impresso, ilustrado com fotografias e caricaturas, criado por Júlio de Mesquita Filho e Paulo Duarte e distribuído em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Com editoriais agressivos contra o Governo Federal, Brasil circulou até o número 21 quando finalmente seus diretores foram expulsos do pais em 1938. O jornal recebia contribuições de diversas autoridades, inclusive militares e contava com ampla distribuição que o fazia chegar aos mais importantes leitores. Um de seus ilustradores foi Belmonte.

Associação Paulista de Sports Atléticos
Associação crida por iniciativa do Clube Atlético Paulistano e A.A. Palmeiras, congregando associações, sociedades e clubes esportivos, reflete o espírito metropolitano da cidade que passa a se dedicar não só às artes, mas também às atividades físicas e esportivas. Em 1919 reunia mais de 150 entidades esportivas e mais de 150 mil jovens em atividade. Diversos torneios e competições eram realizadas colocando São Paulo em posição de destaque no país. A existência da APSA estimula o esporte na periferia com a formação de inúmeros grêmios esportivos de origem operária, muitos deles dedicados tanto às artes como aos esportes. Empresas privadas também eram estimuladas a manter seus times, especialmente de futebol e até mesmo Washington Luís, prefeito da capital, em 1919, declara seu apoio a esse tipo de valorização humana. Com esse apoio oficial, São Paulo atingia o renome de capital esportiva do país como prova a publicação da primeira revista dedicada à prática esportiva, a Sports, que tinha Emiliano Di Cavalacanti como um de seus ilustradores. A entidade, denominada depois Associação Paulista de Esportes Atléticos – APEA – desaparece em 1938, quando o futebol se organiza em suas nova agremiações.

Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Fundado em 1894, tinha por finalidade estudar a particularidade da história paulista e sua contribuição para a história do país. A história de São Paulo é a própria história do Brasil dizia o primeiro artigo da revista da instituição . Contrastando com o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, o IHGSP ostentava um inequívoco viés republicano. Era resultado da associação de homens das letras como Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho, Antonio de Toledo Pizza e Estevan Leão Borroul. Os associados eram os mesmos que também compunham a elite de organizadores do Museu Paulista e da Academia de Direito. A visão local e a intenção de buscar no passado os fatos que elevassem a auto-estima dos paulistas fez com que o primeiro tema de estudo tenha sido o bandeirismo. Atos públicos, emissão de selos, estabelecimentos de fronteiras foram algumas de suas atividades. Mantido pelas jóias pagas pelos seus membros e contando com verbas do estado, o IHGSP teve situação estável tendo contado com sede própria à rua Benjamin Constant, no centro histórico da cidade.

Museu Paulista
A origem do Museu Paulista remonta a D. Pedro I que desejava comemorar a Independência do país erguendo um monumento perto da localidade onde ela se consumou. Foi D.Pedro II, entretanto, quem encomendou o projeto, em 1985, ao italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, que o concluiu em 1990. Trata-se de uma grande área com construção imponente em estilo neo-renascentista.
Sua transformação em museu propriamente dito só ocorreu em 1893, com a aquisição da coleção de Joaquim Sertório, composta de espécimes de história natural e objetos indígenas. Em 1995, o zoólogo Herman von Ihering é contratado para profissionalizar o museu e dotá-lo de uma revista.
Aos poucos o Museu Paulista foi tomando cores mais locais e se dirigindo especificamente para a história, o cotidiano e a especificidade dos paulistanos. Hoje ele é parte integrante da Universidade de São Paulo.
O ecletismo de sua coleção sempre foi uma de suas características. Jorge Americano, escrevendo sobre São Paulo na passagem do século XIX para o XX, rememora as coleções de documentos históricos, a mineralogia e a zoologia. Escreve ele:
O que me interessava, porém, era a parte zoológica, esqueletos e animais empalhados. Quadros de moscas, besouros e borboletas, espetados em alfinetes. Pássaros de todos os tamanhos. O “joão-de-barro” fazendo a casa, e o “picapau” abrindo buraco na madeira. A hiena “devoradora de cadáveres” era uma decepção. Não passava de um gatinho. Micos, sagüis, macacos. Jaguatiricas, onça pintada. E cobras de todas as cores e tamanhos, até a jibóia, enrolada num bezerro para esmagar-lhe os ossos e comê-lo.

Instituto Oceanográfico de São Paulo
Denominado inicialmente Instituto Paulista de Oceanografia, o projeto teve início com a fundação da Universidade de São Paulo, estimulado por Cristiano Altenfelder Silva, Júlio de Mesquita Filho e Paulo Duarte. Inspirados pelo Musée de l’Homme, de Paris, buscava-se criar uma instituição que estudasse as costas marinhas e sua riqueza natural. Desde o início, o projeto contou com a colaboração de Wladimir Besnard que em 1947 chega ao Brasil para dirigi-lo. Como outros institutos, este também fazia parte de um projeto amplo de desenvolvimento científico e intelectual que não deixava de ser regional e político. Tanto isso é verdade que Cristiano Altenfelder Siva, em homenagem à morte de Besnard escreve o seguinte na Revista Anhembi:
A vitória de Besnard era a vitória de São Paulo. Aqui o coração do francês ilustre pulsaria fortemente também por São Paulo e em São Paulo deixaria de pulsar aquele nobre músculo de vida.

Società Italiana di Beneficenza
Em 1878, durante as comemorações da morte de Vittorio Emanuele II, surgiu a idéia de criação de uma sociedade beneficente cujo objetivo principal seria a construção de um hospital que prestasse socorro à comunidade italiana. Assim surgiu a Società Italiana de Beneficenza, cujo primeiro diretor foi Ignazio Betoldi. O primeiro prédio foi construído na Bela Vista, mas o aumento significativo de imigrantes fez com que nova sede fosse construída no Morro Vermelho, região perto da Av, Paulista. Era o Hospital Humberto Primo que recebeu subsídios vindos da Itália e dos italianos que se reunião como membros da Sociedade. Outros recursos eram conseguidos com quermesses e festivais patrocinados pela colônia italiana. Um dos seus grandes benfeitores foi o Conde Francisco Matarazzo, responsável pelo grande impulso dado ao hospital na década de 1920. Havia espaço para que os médicos atendessem a população pobre e a clínica particular, investia-se no ensino e capacitação dos médicos, a Biblioteca era uma das melhores na área da saúde publicava-se uma revista de projeção entre os médicos. A Società chegou a sofrer intervenção durante o governo Vargas.
Franco Cenni explica: As origens de quase todas as sociedade italianas que se formaram no Brasil são bastante parecidas: certo dia um emigrado, ou um pequeno número deles, resolve convocar uma assembléia mais ou menos numerosa, são estabelecidas as linhas gerais de ação, quase sempre assistencial ou recreativa, é escolhido um nome e trata-se de juntar dinheiro para realizar aquilo que sempre constituiu a principal aspiração desses grêmios : sede própria. Assim nasceram as demais Sociedades e Círculos de imigrantes italianos. Uma dessas sociedades, a Galileo Galilei conseguiu, em 1904, realizar um Congresso delle Società e Altre Instituzioni Italiane ao qual compareceram as mais diferentes correntes ideológicas entre os emigrados, do anarquista ao padre católico. Escolas de educação italiana e periódicos como o Fanfulla também participaram. Assuntos de interesse da colônia como uma política de imigração e contratos de trabalho foram tratados na ocasião, assim como a participação da comunidade na vida pública do país.

Teatro Municipal
Por iniciativa do então prefeito Antônio Prado e de Elias Chaves, foi projetado, em 1908, por Cláudio Rossi, o Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911. Rossi viera pela primeira vez ao Brasil como cenógrafo da Cia Lírica Ferrari e, em numa segunda viagem, tornou-se empresário teatral, fixando residência e alugando o Teatro São José Para suas atividades artísticas. A arquitetura foi inspirada no Ópera de Paris, considerado como o modelo de teatro da época, enquanto a construção propriamente dita contou com os profissionais do Liceu de Artes e Ofícios, a maioria deles italianos. Mas não foi só na construção que a influência estrangeira, especialmente a italiana, se fez presente, das 88 óperas que foram apresentadas entre 1912 e 1926, dezessete eram de compositores italianos, dez de origem francesa e oito brasileiras. As demais eram composições alemãs e russas.
Sobre a inauguração do Teatro Municipal conta Jorge Americano: No segundo intervalo, passeava-se no “foyer”. Os homens, de cartola na cabeça, embora dentro de casa. Os que tinham claque (chapéu de molas londrino, que se achatava, e em cujas dobras se apertavam as luvas), esses traziam-no debaixo do braço. Tudo como em Londres ou em Paris, vejam-se os quadros de Renoir do fim do século.

Grêmio Dramático e Musical Luso-Brasileiro
Fundado em 1900, no Bom Retiro, por Agostinho Teixeira, José Martin Adão, Francisco Pereira da Silva, José Ramalho e Delfim Pereira da Silva, tinha como principal objetivo estatutário: Proporcionar aos seus associados reuniões de caráter cultural e recreativo, com predomínio da arte dramática e musical, com receita mensal estatuída, objetivando elevação moral e entrelaçamento familiar de seus associados . Com sede na Rua da Graça 144, essa associação tinha além dessas preocupações artístico-culturais, objetivos assistencialistas para apoio de seus associados em casos de necessidade. Em 1922, foi realizado um festival dramático-dançante como desagravo pela prisão de um dos sócios, preso por assassinar o “sedutor de sua irmã”.
O Grêmio tinha uma atuação fortemente local, estabelecendo relações próximas com autoridades civis e militares para a resolução de problemas dos associados ou destes com o bairro. Ele mantinha relações também com outras sociedades beneficentes como a Classes Laboriosas e a Liga Operária do Bom Retiro. Durante a epidemia de Gripe Espanhola, as dependências da instituição foram cedidas à Cruz Vermelha e, durante a Primeira guerra mundial, os associados procuravam defender os interesses de seus membros.
Apresentações teatrais e a realização de bailes consistiam nos principais eventos da agremiação. A temática das peças era relativamente variada. Além das comédias, dramas como “O Mineiro de Londres”, adaptado por um associado, Sebastião Pereira Sobrinho e “A Fome” , que sugerem uma abordagem relacionada ao trabalho e aos problemas sociais, também constaram entre as encenações. As apresentações teatrais, na maioria das vezes, eram feitas pelos próprios amadores do Grêmio – entre eles, os próprios diretores. Infelizmente, o acervo referente aos scripts das peças foi destruído recentemente por um presidente da associação, o que impossibilita o trabalho de maior aproximação em relação à temática.
O Grêmio dispunha de uma biblioteca e suas ações eram, muitas vezes, justificadas em função do pensamento de algum filósofo ou sociólogo, como Jean-Jacques Rousseau, citado em atas da instituição:
Foi deste filósofo que nós aprendemos a conhecer e amar para estarmos em sociedade, mas na sociedade verdadeira, pois foi esse filósofo que pela primeira vez traçou as fundações das sociedades modernas, e foi ele quem nos deu noções mais ou menos exata do que era a sociedade, qual era o seu modo de existir e de viver; foi ele quem nos ensinou a amar a sociedade boa e sã (...)

Escola Livre de Sociologia e Política
Criada a 27 de maio de 1933, é a mais antiga instituição paulista de ensino superior na área de ciências sociais. A Escola Livre surgiu no momento em que a elite paulista estava tentando recuperar a influência política que perdera na Revolução de 1930. Foram feitos investimentos em projetos educacionais e culturais voltados para a racionalização do trabalho, reforma social e modernização da gestão pública. As disciplinas de ciências sociais eram vistas como um instrumental de importância estratégica para a implementação de projetos de análise científica da sociedade brasileira, bem como para a busca de soluções para os problemas sociais emergentes.
Até meados de 1950, a Escola Livre de Sociologia e Política ficava em algumas salas cedidas pela Escola de Comércio Álvares Penteado, no prédio do Largo São Francisco. Em 1954, adquire sede própria, localizada no palacete da rua General Jardim, na Vila Buarque.
Como não havia uma pesquisa social de base científica no Brasil, foram contratados professores estrangeiros, principalmente norte-americanos, entre eles se destacou Donald Pierson. Além disso, esse fato dava prestígio à instituição e atraía alunos e recursos.

Beneficência Portuguesa de São Paulo
Criada em meados do século XIX, por Luis Semeão Ferreira Viana e Joaquim Rodrigues Salazar, essa associação procurava apoiar os trabalhadores portugueses. Como suas congêneres, declarava ter por objetivos facilitar o emprego, prestar socorre, garantir a subsistência e dar sepultura a seus membros. A primeira ação da Sociedade se deu em 1860 quando foi resgatado um negro português vendido como escravo .
Em 1976, foi inaugurado o hospital São Joaquim. Ampliado no começo do século XX, em terreno da Rua Maestro Cardim, no Paraíso. A instituição cresceu com São Paulo e, em 1950, teve seu primeiro presidente brasileiro, o empresário Antonio Ermírio de Morais. Na década seguinte tornou-se vanguarda em cirurgia cardíaca. Outra associação congregando portuguesas e seus descendentes foi o Centro Trasmontano, criado em 1932, referência no auxílio à saúde de seus associados. Mais tarde, abriu-se a novos associados como empresa privada para prestação de serviços e venda de seguros de saúde.

Clube de Gravura de São Paulo
Sob influência do Taller de Gráfica popular, de Paris, surgiram no mundo diversos Clubes de Gravura defendendo a importância revolucionária da gravura e a responsabilidade social dos artistas em relação à sociedade. No Brasil, a tendência se espalhou de norte a sul e, em São Paulo, diversos artistas, entre eles Renina Katz, Mário Gruber, Luiz Ventura e Otávio Araújo, fundaram o Clube de Gravura de São Paulo que, como os demais, tinha por objetivo divulgar uma arte política e engajada . Cada associado pagava uma mensalidade e com isso tinha direito a uma reprodução de um trabalho dos artistas membros do clube. Apesar da curta duração do Clube de Gravura – cerca de meses – foram realizados cursos de gravura, sob orientação de Renina Katz e Manuel Martins, além de mostras e exposições pelo interior do estado. Além disso, os gravado9res ilustravam a revista Fundamentos, cujo objetivo era discutir as questões artísticas, inclusive a Bienal de São Paulo e seus critérios.

Cia Cinematográfica Vera Cruz*
Empresa fundada em 1949 por Franco Zampari, engenheiro napolitano que veio da Itália para trabalhar nas indústrias Matarazzo. O nome era bem brasileiro: Vera Cruz – em memória ao primeiro nome do país. Montada em São Bemardo do Campo, cidade satélite de São Paulo, ocupava vasta gleba de terra, pertencente ao Ciccillo Matarazzo que foi o um de seus fundadores principal mecenas. Com investimentos do Estado, o projeto previa uma empresa moderna e sofisticada, conforme os estúdios norte-americanos, distanciando-se da produção de cunho popular realizada pela Atlântida. O comando da empreitada ficou a cargo de Alberto Cavalcanti, como produtor geral da empresa que se dedicou a produções, caras de qualidade e de gênero diversificado.
Abílio Pereira de Almeida foi o diretor de destaque, responsável por ter lançado um dos maiores fenômenos do cinema nacional – Mazzaropi. Mas, apesar de alguns sucessos notáveis como O cangaceiro, de Lima Barreto, não houve retorno suficiente e a empresa acabou endividada, sem possibilidades de competir com a televisão que fazia sua estréia na cultura brasileira .
O associativismo está presente também na fundação da Vera Cruz:
...Ciccilo Matarazzo, Franco Zampari e todo um grupo de pessoas que haviam participado da criação do MAM e do TBC discutiam animadamente a organização de uma companhia produtora de filmes. Ainda uma vez por sugestão de Almeida Salles, Alberto Cavalcanti é convidado a participar do empreendimento. No dia 3 de novembro no saguão do MAM, em meio a um coquetel que reunia artistas, intelectuais e um grupo de bons burgueses, era assinada a ata de constituição da Companhia Cinematográfica Vera Cruz .

Museu de Arte de São Paulo*
Fundado em 1947 por Assis Chateaubriand, foi dirigido, desde o início por Pietro Maria Bradi que se tornou uma das figuras mais importantes da Cena Paulista. Tudo começou em um canto dos Diários Associados na Sete de Abril, com o prédio ainda em construção. Renato Cirell Czerna, Flávio Motta, Enrico Camerini, Gabrie!a Borchard e Nidia Lycia constituíram o primeiro grupo de colaboradores. Desde essa época até mais tarde quando, já na Avenida Paulista, em prédio projetado por Lina Bo Bardi, o MASP se transformou em símbolo da cidade, congregando artistas das mais diversas tendências. Acumulou uma coleção de respeito internacional e movimentou as artes no Brasil, não só as artes plásticas, mas o cinema e o teatro.
Assis Chateaubriand, organizou, em 1948, no MASP, o Centro de Estudos Cinematográficos que, por iniciativa de Ruggero Jacobbi, Adolfo Celi e Carlos Ortiz, promove, no ano seguinte , um Seminário de Cinema. Por sugestão do crítico Almeida Salles, Pietro Maria Bardi, diretor do MAM, convida Alberto Cavalcanti, que chegou ao Brasil em 04/09/49, para pronunciar uma série de conferências no seminário.
No campo didático-profissional, o MASP contribuiu com cursos e oficinas e dando origem ao Instituto de arte Contemporânea e a Escola Superior de Propaganda, criados na década de 1950.

Villa Kyrial*
Localizada na Rua Domingos de Morais, número 10, São Paulo, a propriedade de 7000 m2, batizada de Villa Kyrial, ficava perto da estrada do Vergueiro que ligava a cidade ao litoral. Térrea, em quase toda sua extensão, tinha uma ampla varanda que dava acesso ao hall e à galeria. Construída em 1897, tornou-se parada obrigatória de personalidades brasileiras e estrangeiras e centro de vida cultural, política e artística paulista, no início do século XX. Numa época em que São Paulo apenas acordava de sua letargia provinciana, a criação de um salão nos moldes daquele mantido por Veridiana Prado, no fim do século XIX, já era suficiente arrojo. Tratava-se de uma verdadeira Secretaria de Cultura num período em que não havia nenhuma no governo paulista. Lá se debatiam idéias, apresentavam-se artistas iniciantes, declamava-se poesia, ouvia-se palestras e música. Além de se comer e beber do bom e do melhor, sob orientação do dono que se considerava um gourmet, um expert em vinhos e perfumes e em tudo mais que caracterizasse a vida intelectual, social e mundana da Europa da Belle Époque.
As soirées semanais reuniam cerca de vinte e quatro pessoas que recebiam convites nominais especificando o cardápio, a programação e o traje. Após a refeição havia uma série de atividades artísticas que tinham a função de entreter o círculo de conhecidos e reafirmar valores culturais com os quais se identificavam. Música, dança, jogos e palestras se sucediam, quase sempre de inspiração francófila.
A programação da Kyrial era rígida - cada dia da semana era reservada aos representantes de um tipo determinado de atividade artística: às segundas-feiras reuniam-se os pintores; às terças-feiras os escultores; às quartas-feiras os músicos. Nessas últimas, chamadas de Jantares da Lira, apresentavam-se conjuntos formados por violoncelo, flauta, violino, piano e contrabaixo que acompanhavam cantores. Às quintas-feiras eram convidados os poetas, às sextas-feiras os escritores e aos sábados, os políticos. Nem aos domingos a Villa descansava e, de forma mais informal, uma mistura dos convivas da semana comparecia para comer na varanda e nos jardins.

Revista do Brasil*
Foi criada em 1916 por Julio de Mesquita, Alfredo Pujol e L. P. Barreto com proposta editorial inovadora: dar um colorido nacionalista aos diferentes aspectos do Brasil. Além de literatura e arte, tratava dos problemas nacionais. Teve grande sucesso e repercussão por sua crítica aos estrangeirismos considerados até então como sinal de requinte. Foi nessa revista que Oswald de Andrade publicou o Manifesto Pau-Brasil. Por ela passaram os grande nomes da intelectualidade brasileira como Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Rui Barbosa. Foi editada até 1984 com alguns períodos de interrupção. De 1916 a 1925 foi dirigida por Monteiro Lobato, Afrânio Peixoto, Amadeu Amaral e Paulo Prado.

Clube do Cinema da Faculdade de Filosofia*
Décio de Almeida Prado, Antonio Candido, Ruy Coelho, Cícero Cristiano de Souza e Lourival Gomes Machado, que fundadores da revista Clima organizam também o Clube de Cinema onde se projetava filmes de Fritz Lang e Ivan Mojouskine, seguidos de debates. Assim surgia a crítica de cinema no país. Das discussões, muitas delas em francês, participavam professores estrangeiros que, na época, trabalhavam na USP. O interesse por um cinema brasileiro era pequeno, assim como a produção da época – o foco estava no cinema europeu da década de 1920. O único cineasta a participar de algumas reuniões foi Lima Barreto.
O segundo Clube de Cinema de São Paulo é criado apenas em 1946 por B. J. Duarte, Almeida Salles, Rubem Biáfora, Lourival Gomes Machado e Múcio Porfírio Ferreira, entre outros, apresentando filmes de Frank Capra, Fritz Lang, Clerence Brown, Wil Jason. O sucesso é maior que o previsto e as projeções – antes efetuadas numa sala de 41 lugares do serviço Cultural do Consulado Norte-Americano – passaram a ocorrer nos mais variados locais, com platéias maiores. Promovem-se algumas pré-estréias, com filmes cedidos por empresas distribuidoras.

Museu de Arte Moderna*
Fundado por Francisco Matarazzo Sobrinho, em 1948, teve como primeiro diretor o belga Léon Dégand que procurou administrá-lo nos moldes norte-americanos: organização de uma coleção permanente, realização de mostras temporárias e atividades culturais diversas tais como palestras, cursos e mostras cinematográficas. Lourival Gomes Machado substituiu Degand no ano seguinte, encarregando-se da I Bienal de São Paulo e das suas subseqüentes exposições, com as quais foi enriquecendo sua coleção. Em 1962, o MAM dissolve-se e, transferido seu acervo para a Universidade de São Paulo, dá origem ao Museu de Arte Contemporânea. As Bienais, por sua vez, passam a ser organizadas por uma Fundação.
O MAM foi saudado por diversos grupos de intelectuais e artistas que viam nele uma alternativa para o elitismo e estrangeirismo do MASP. Esperava-se que os artistas brasileiros pudessem ter nele um espaço de formação e manifestação artística. O projeto arquitetônico da sede do MAM foi de Vilanova Artigas e, coincidentemente, para o mesmo prédio da Sete de Abril que abrigava seu concorrente, o MASP.
Posteriormente, o MAM/SP ressurge em 1969, tendo como evento mais significativo a mostra Panorama da Arte Atual Brasileira que vem se repetindo regularmente .

Grupo Zumbi
Fundado em 1920, reunia escritores pequeno-burgueses e operários que clamavam contra a elite econômica, influenciados pelo ideário de esquerda que chegava ao Brasil no Pós-Guerra. A escolha do nome do herói de palmares é sugestiva dessa posição de esquerda revolucionária. Estavam unidos a outros movimentos semelhantes no Brasil e principalmente no exterior liderados pelo Grupo Clarté, com sede em Paris. O movimento paulista teve pouca repercussão, mas, segundo seus defensores, inclusive Afonso Schmidt, sua existência nos anos de 1918, 1919 e 1921, coloca-os numa posição de pioneiros em relação à propalada Semana de 22 .

1. AMARAL, Aracy – obra citada, p. 40.
2. PEREIRA, Mônica de S. G. (1987), Anhembi: criação e perfil de uma revista de cultura. São Paulo, Idesp. (Série História das Ciências Sociais no Brasil, nº 2.) in ARRUDA, Maria Arminda Nascimento – Empreendedores Culturais Imigrantes em São Paulo de 1950 - Tempo Soc. vol.17 no.1 São Paulo June 2005
3. SEVCENKO, Nicolau – obra citada, p. 73.
4. LIMA, Yone Soares de – A ilustração na produção literária – São Paulo – década de vinte – São Paulo: Instituto de estudos Brasileiros, 1985, p. 29.
5. SCHWARCZ, Lília – A construção de uma identidade paulista – in: BUENO, Eduardo - Os nascimentos de São Paulo – Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p.165.
6. AMERICANO, Jorge – São Paulo naquele tempo (1895-1915) – São Paulo: Narrativa 1/ Carbono 14/ Carrenho, 2004, p.201.
7. SILVA, Cristiano Altenfelder – Origens do Instituto Oceanográfico de São Paulo - Revista Anhembi – Ano X, número 120, volume XL, novembro de 1960,
8. CENNI, Franco – Italianos no Brasil – “Andiamo in Merica” – São Paulo: EDUSP, 2003, p.307.
9. AMERICANO, Jorge – obra citada, p.284.
10. SIQUEIRA, Uassyr de – Clubes e Sociedades dos Trabalhadores do Bom Retiro – Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2002.
11. Ata de Assembléia Geral 08/05/1
12. Idem 24/09/19
13. Idem
14. FREITAS, Sônia Maria – Presença portuguesa em São Paulo – São Paulo: Imprensa Oficial e Memorial do Imigrante, 2002, p. 150.
15. AMARAL, Aracy – Arte para quê? – São Paulo: Nobel, 1984, p.187.
16. LEITE, Sidney Ferreira – Cinema Brasileiro – das origens à retomada – São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005, p. 75.
17. GALVÃO, Maria Rita – Burguesia e Cinema: o caso Vera Cruz – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira/Embrafilme, 1981, p. 26,
18. Cadernos História da Pintura no Brasil – São Paulo: Instituto Cultural Itaú, 1993, Abstracionismo – Marcos Históricos, p. 12.
19. AMARAL, Aracy – obra citada, p. 34.

 

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